No início, o Burzum surgia como Black Metal, mas se dividia ideologicamente entre satanismo e paganismo. O Paganismo vinha relacionado diretamente às raízes culturais nórdicas em geral, como a mitologia e sua história. Porém, a distância causada por esse dualismo ideológico foi aumentando a cada álbum lançado, e a partir de seus últimos álbuns intitulados "Daudi Baldrs" (1997) e "Hlidskjalf" (1999) o Burzum deixava de fazer parte do Black Metal, tanto na temática abordada quanto musicalmente, pois substituía todos os antigos instrumentos por apenas um teclado e fazendo um estilo de música denominado Ambient - sendo o Dead Can Dance uma de suas inspirações para isto.
Ele não mais se interessava por Satanismo ou por outras "criações cristãs", e sim pelos deuses nórdicos e pela "redescoberta da verdadeira raça norueguesa e sua cultura". Assim, o criador do Burzum abandonava a temática satânica e se auto-afirmava ser um viking, defendendo idéias que engrandeciam a própria raça nórdica. Seu orgulho e adoração pela cultura nórdica eram tantos que foi inevitável sua aproximação com o nazismo.
Em 1993, Varg Vikernes mata a facadas Euronymous, seu colega e integrante da banda Mayhem devido a diferenças ideológicas. Em 1999, Varg Vikernes confirma o fim do seu projeto, e o Burzum acaba. No dia 22 de maio de 2009 ( Dez anos depois ter confirmado o fim do Burzum), Varg Vikernes deixa a prisão e começa a gravação de mais um álbum. Em uma recente entrevista ao jornal norueguês Dagbladet, ele diz que o novo disco será metal e os fãs podem esperar ouvir Burzum de verdade.
Sonoridade
Por diversas vezes tem o seu estilo tido como "Depressive Black Metal" -Black Metal Depressivo- pelo fato de que a maioria de suas músicas levam a grande introspecção e são carregadas de niilismo. Pode-se dizer que Burzum não foi somente um dos pioneiros do Black Metal como também foi o pioneiro do Black Metal Depressivo. Varg também destaca-se pela composição de músicas ambientes, daí outro título dado a sua música, "Ambient Black Metal", que sugerem escuridão, isolamento, introspecção, por vezes medo, notando-se influências surrealistas em sua música, ao tentar comunicar-se com o íntimo de cada um, por extensão, com o subconsciente.
Tal variedade de classificações dadas a sua música é o reflexo da extrema complexidade a que alcançou. Vikernes também possui em suas músicas caráter minimalista que, de modo geral vai se acentuando no decorrer dos álbuns e atinge seu ponto alto nos dois últimos : "Dauði Baldrs" e "Hliðskjálf".
Filosofia
Diferentemente dos outros grupos de Heavy Metal, ele propõe uma abordagem pós-moderna da música, com temas e até mesmo um intrumental diferenciado; despindo-se das amarras do belo convencional, propõe novas formas de expressão, que são plenamente entendidas quando analisa-se as verdadeiras razões do uso de uma sonoridade tão incovencional.
Para compreender Burzum e Varg Vikernes, se faz necessário o conhecimento das idéias do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (notadamente as apresentadas nos livros "Genealogia da Moral" e "O Anticristo"). Varg Vikernes discute, de modo breve, porém objetivo, questões apontadas anteriormente pelo filósofo, como a descristianização, crítica a moral, crítica ao Racionalismo e até mesmo temas mais íntimos como o existencialismo. Ele, porém, mostra-se original ao adotar o nacionalismo como tema de suas músicas mesmo tendo como influência Nietzsche que demonstra clara aversão a esta idéia. O instrumental destaca-se por não mostrar-se claro, nem complexo em visão técnica, porém com grande densidade psicológica, complementando assim, as letras.
Canções sugeridas para análise:
Lost Wisdom (em português: conhecimento perdido): Crítica ao Cristianismo, expõe a questão levantada pela física quântica e por vários filósofos da existência de outros planos ou realidades coexistentes que são negados pela Igreja cristã e por diversas religiões.
Jesu' Tod (em português: a morte de Jesus): possivelmente uma apologia à frase "Deus está morto" ("Gott ist tod") do filósofo Nietzsche, possivelmente também uma apologia a outra frase do mesmo filósofo: "Deus está morto, mas seu cadáver permanece insepulto". Varg descreve, no decorrer da música, o cadáver de Jesus, e, diferentemente do que se imagina, ele contamina a natureza pois é a anti-natureza. Nessa música torna-se clara a inversão de valores: o santo, o sacro, o sagrado e intocável é justamente o anti-natural.
"A figure laid on the ground/
So malicious, that the flowers around him withered/
A dark soul laid on the ground/
So cold, that all water changed into ice/
A shadow fell over the woods/
As the figure's soul withered towards it/
Because the figure's soul was a shadow/
A shadow of the forces of evil"
Dunkelheit (em português: escuridão): Crítica ao Racionalismo, proposta de convite ao sonho.
Beholding The Daughters Of The Firmament: é uma música com caráter existencialista, para maior exatidão no termo, intimista. Trata de perguntas comuns a todos os seres humanos, não esquecendo obviamente da crítica ao cristianismo que quase sempre acompanha suas músicas e, de uma forma ou de outra, encontra-se incrustado em sua música:
"Eu gostaria de de saber o por que a vida deve ser
Uma vida que dura eternamente"
Ou até mesmo:
"Todo inverno tem um frio diferente
Em todo inverno eu me sinto tão velho
Tão velho como a noite
Tão velho quanto o frio terrível"
A estrofe acima e a interpretação de toda as estrofes da música exprimem a idéia de que o mundo apresenta-se diferente não somente porque a natureza muda, mas porque mudamos internamente e, acompanhada dessa mudança interna vem a percepção, ou seja; a percepção muda quando nós mudamos. O inverno é uma metáfora para o fim de um ciclo, quando nos sentimos mais fracos, daí a metáfora: "em todo inverno eu me sinto tão velho".
Discografia
Demos
(1991) Burzum I
(1991) Burzum II
(1992) Burzum
Álbuns
(1992) Burzum
(1993) Det Som Engang Var
(1993) Aske
(1994) Hvis Lyset Tar Oss
(1996) Filosofem
(1997) Dauði Baldrs
(1999) Hliðskjálf
Ele não mais se interessava por Satanismo ou por outras "criações cristãs", e sim pelos deuses nórdicos e pela "redescoberta da verdadeira raça norueguesa e sua cultura". Assim, o criador do Burzum abandonava a temática satânica e se auto-afirmava ser um viking, defendendo idéias que engrandeciam a própria raça nórdica. Seu orgulho e adoração pela cultura nórdica eram tantos que foi inevitável sua aproximação com o nazismo.
Em 1993, Varg Vikernes mata a facadas Euronymous, seu colega e integrante da banda Mayhem devido a diferenças ideológicas. Em 1999, Varg Vikernes confirma o fim do seu projeto, e o Burzum acaba. No dia 22 de maio de 2009 ( Dez anos depois ter confirmado o fim do Burzum), Varg Vikernes deixa a prisão e começa a gravação de mais um álbum. Em uma recente entrevista ao jornal norueguês Dagbladet, ele diz que o novo disco será metal e os fãs podem esperar ouvir Burzum de verdade.
Sonoridade
Por diversas vezes tem o seu estilo tido como "Depressive Black Metal" -Black Metal Depressivo- pelo fato de que a maioria de suas músicas levam a grande introspecção e são carregadas de niilismo. Pode-se dizer que Burzum não foi somente um dos pioneiros do Black Metal como também foi o pioneiro do Black Metal Depressivo. Varg também destaca-se pela composição de músicas ambientes, daí outro título dado a sua música, "Ambient Black Metal", que sugerem escuridão, isolamento, introspecção, por vezes medo, notando-se influências surrealistas em sua música, ao tentar comunicar-se com o íntimo de cada um, por extensão, com o subconsciente.
Tal variedade de classificações dadas a sua música é o reflexo da extrema complexidade a que alcançou. Vikernes também possui em suas músicas caráter minimalista que, de modo geral vai se acentuando no decorrer dos álbuns e atinge seu ponto alto nos dois últimos : "Dauði Baldrs" e "Hliðskjálf".
Filosofia
Diferentemente dos outros grupos de Heavy Metal, ele propõe uma abordagem pós-moderna da música, com temas e até mesmo um intrumental diferenciado; despindo-se das amarras do belo convencional, propõe novas formas de expressão, que são plenamente entendidas quando analisa-se as verdadeiras razões do uso de uma sonoridade tão incovencional.
Para compreender Burzum e Varg Vikernes, se faz necessário o conhecimento das idéias do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (notadamente as apresentadas nos livros "Genealogia da Moral" e "O Anticristo"). Varg Vikernes discute, de modo breve, porém objetivo, questões apontadas anteriormente pelo filósofo, como a descristianização, crítica a moral, crítica ao Racionalismo e até mesmo temas mais íntimos como o existencialismo. Ele, porém, mostra-se original ao adotar o nacionalismo como tema de suas músicas mesmo tendo como influência Nietzsche que demonstra clara aversão a esta idéia. O instrumental destaca-se por não mostrar-se claro, nem complexo em visão técnica, porém com grande densidade psicológica, complementando assim, as letras.
Canções sugeridas para análise:
Lost Wisdom (em português: conhecimento perdido): Crítica ao Cristianismo, expõe a questão levantada pela física quântica e por vários filósofos da existência de outros planos ou realidades coexistentes que são negados pela Igreja cristã e por diversas religiões.
Jesu' Tod (em português: a morte de Jesus): possivelmente uma apologia à frase "Deus está morto" ("Gott ist tod") do filósofo Nietzsche, possivelmente também uma apologia a outra frase do mesmo filósofo: "Deus está morto, mas seu cadáver permanece insepulto". Varg descreve, no decorrer da música, o cadáver de Jesus, e, diferentemente do que se imagina, ele contamina a natureza pois é a anti-natureza. Nessa música torna-se clara a inversão de valores: o santo, o sacro, o sagrado e intocável é justamente o anti-natural.
"A figure laid on the ground/
So malicious, that the flowers around him withered/
A dark soul laid on the ground/
So cold, that all water changed into ice/
A shadow fell over the woods/
As the figure's soul withered towards it/
Because the figure's soul was a shadow/
A shadow of the forces of evil"
Dunkelheit (em português: escuridão): Crítica ao Racionalismo, proposta de convite ao sonho.
Beholding The Daughters Of The Firmament: é uma música com caráter existencialista, para maior exatidão no termo, intimista. Trata de perguntas comuns a todos os seres humanos, não esquecendo obviamente da crítica ao cristianismo que quase sempre acompanha suas músicas e, de uma forma ou de outra, encontra-se incrustado em sua música:
"Eu gostaria de de saber o por que a vida deve ser
Uma vida que dura eternamente"
Ou até mesmo:
"Todo inverno tem um frio diferente
Em todo inverno eu me sinto tão velho
Tão velho como a noite
Tão velho quanto o frio terrível"
A estrofe acima e a interpretação de toda as estrofes da música exprimem a idéia de que o mundo apresenta-se diferente não somente porque a natureza muda, mas porque mudamos internamente e, acompanhada dessa mudança interna vem a percepção, ou seja; a percepção muda quando nós mudamos. O inverno é uma metáfora para o fim de um ciclo, quando nos sentimos mais fracos, daí a metáfora: "em todo inverno eu me sinto tão velho".
Discografia
Demos
(1991) Burzum I
(1991) Burzum II
(1992) Burzum
Álbuns
(1992) Burzum
(1993) Det Som Engang Var
(1993) Aske
(1994) Hvis Lyset Tar Oss
(1996) Filosofem
(1997) Dauði Baldrs
(1999) Hliðskjálf
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